14 janeiro 2007

Nudismo no futebol (?!)

Com a crescente popularidade do futebol das últimas décadas e consequentes transmissões televisivas, um fenónemo conhecido por 'streaking' surgiu ao lado do desporto-rei. Quem não se lembra do sorriso rasgado na face de Scolari quando, num jogo de qualificação para o Mundial na Letónia, surge uma bela mulher literalmente despida de preconceitos a saltitar pelo relvado?






Não que seja um fenómeno exclusivo do futebol, pois também podemos vê-lo no ténis, râguebi, ou grandes eventos, como Jogos Olímpicos, final da Super Bowl, mas como desporto de eleição em todo o Mundo, é normal que os 'streakers' prefiram aparecer neste desporto.








"Já algum 'streaker' marcou um golo? E valeria se o marcassem?", pergunta Jimmy Lloyd.


Bem, o auto-proclamado 'O Streaker Nº1 do Mundo', Mark Roberts, de Liverpool, já marcou pelo menos dois golos sem ter nada vestido. Roberts, que também 'streakou' na Super Bowl e na Royal Ascott, marcou no jogo da Carling Cup entre o Liverpool e o Chelsea em 2000 e na final da Liga dos Campeões de 2002, entre o Real Madrid e o Bayer Leverkusen.



Em Anfield, Roberts recebu um passe de Gianfranco Zola antes de bater toda a defesa do Chelsea e rematar a um incrédulo Ed de Goey, após ter saltado a barreira que divide o relvado dos espectadores. O seu 'prémio de jogo': a ida a um tribunal e o pagamento de uma multa de 100 libras.

Na final da Liga dos Campeões, em Hampden Park, Escócia, 'rasgou' o seu fato de velcro antes de roubar a bola, passou por dois defesas e encontrou um Hans-Jorg Butt demasiado apático na baliza para defender o seu remate.


Roberts não é o único 'streaker' a pôr bola no fundo das redes. Em Dezembro de 1998, durante uma interrupção de jogo no Reading 1, Notts County 0, um fã correu o meio do campo, beijou o relvado e marcou um golo ao guarda-redes do County antes de 'fintar' um 'steward' e desaparecer de novo no meio da multidão nas bancadas.


Estes golos não contaram porque ocorreram quando o jogo estava parado (ambos os golos de Roberts aconteceram durante o intervalo), mas mesmo que tivessem acontecido durante o jogo, não valeriam de nada na mesma. Lei 10, O Golo, diz que um golo só pode ser marcado se nenhuma ilegalidade for cometida pela equipa que marcar o golo. Um 'streaker' seria considerado um jogador inelegível; uma equipa só ter 11 jogadores de campo, portanto não haveria nenhum golo. E mesmo sem considerar um equipamento de jogo impróprio! O árbitro também a possibilidade e responsabilidade de parar o jogo se "uma pessoa não-autorizada entrar no recinto de jogo".





Infelizmente não encontrei nenhum dos videos dos exemplos citados acima mas existe ainda um melhor: um remate para golo de Mark Roberts defendido por Vítor Baía! Na final da Taça UEFA de 2003, em Sevilha, Mark Roberts invade o relvado, despe-se a meio do campo, pega na bola e quando pensava que iria comemorar o golo, Vítor Baía faz uma desfeita e defende o remate...com o calcanhar!










* Traduzido quase integralmente da secção "Knowledge", do jornal "The Guardian".

Sem comentários: